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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pipoca da Mamãe

Precisei ir ao shopping pagar algumas contas e perguntei se Beatriz queria ir comigo. Minha intenção era fazê-la sair de casa para deixar a minha esposa descansar, já que ela estava adoentada. Beatriz não pensou duas vezes. “Quero ir sim”, respondeu...
Ao entrar no carro fez sua primeira pergunta:
- Pai, a gente vai ao shopping para você comprar um presente para mim?
- Não minha filha. Vou pagar umas contas e você aproveita e dar um passeio.
- Mas pai, se eu escolher um brinquedo e levar para o caixa, você também não terá que pagar uma conta? Então, é pagar conta do mesmo jeito!
- Ai, ai, ai, Beatriz! Não dá para comprar brinquedo toda hora!
- Tá bom, eu já sei. Você vai dizer: “minha filha, o papai está sem dinheiro”. Você vive trabalhando para ganhar dinheiro e sempre diz que está sem! Complementa Beatriz indignada.
Eu aproveitei para ficar em silêncio. Admitindo que ali tem uma certa verdade. Afinal, trabalhamos demais e o dinheiro teima em acabar antes do fim do mês. Mas segue a viagem ao shopping. Antes de sairmos de casa, minha esposa deu recomendações expressa para trazermos um pacote de pipoca para ela. Mas, eu – diante de inúmeras contas a serem pagas – acabei esquecendo. Aí reside o segundo diálogo, já no caminho de volta:
- Beatriz, esquecemos a pipoca da sua mãe, olha!
- Pai, esquecemos não! Você esqueceu. Eu mesmo não me esqueci, então o problema não é meu. Eu vou dizer à mãe que foi você que esqueceu. Resolva com ela!
- Mas minha filha (disse sem deixar que ela me visse rindo), se você estava lembrada que era para compra a pipoca porque não me lembrou antes de sairmos do shopping.
- Primeiro, a mãe pediu a você. Segundo, eu só me esqueci de lembrar a você e não de comprar...
A primeira coisa que Beatriz fez ao chegar a casa foi dizer a mãe da minha falha de memória em tom de recriminação.

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